item. Uma série de testes com alunos de diferentes níveis permite a formação de grandes bancos de questões, de modo que, em princípio, não haveria grandes problemas para elaborar em poucos dias uma prova extra para os prejudicados. Na verdade, tanto a fraude de 2009 como as falhas organizacionais deste ano poderiam ter sido evitadas se o MEC tivesse avançado mais nas possibilidades abertas pela TRI. Não há razão, por exemplo, para fazer um megaexame que envolva vários milhões de alunos –com todas as dificuldades logísticas daí decorrentes. Seria muito mais razoável organizar sete ou oito provas por ano, como, aliás, ocorre com o SAT norte-americano.

O mesmo vale para a segurança. Nada impede que o MEC elabore várias dezenas de diferentes modelos de prova. Não estamos aqui falando das mesmas questões dispostas em outra ordem, mas de exames compostos por perguntas diferentes. Se existe apenas uma chance em 50 ou 60 de um candidato a fraudador comprar a prova certa, violações de sigilo praticamente perdem valor de mercado.

Pode-se ir ainda mais longe e imaginar uma situação onde cada examinando resolva seu teste diretamente num computador. Neste caso, o sistema poderia, a partir do banco de questões, que idealmente conta com milhões de perguntas, gerar uma prova específica para cada candidato.

E isso é provavelmente o mais perto que se pode chegar de um exame à prova de fraude.

O verdadeiro teste do MEC vai ser convencer os juízes de que a TRI funciona.

Fonte: Folha.com