A direção do Sindicato Apeoc se reuniu na noite desta segunda-feira (04) com diretores de escolas para avaliar o impacto da portaria de lotação dos professores sobre as unidades de ensino. O presidente Anízio Melo convidou os gestores para o encontro no intuito de ouvir da base as principais queixas relativas às mudanças geradas pela portaria.
O diretor da Escola César Cals, em Fortaleza, Eliseu Paiva, disse que já fechou um dos laboratórios de informática depois que foi proibida a lotação de professor no espaço. Além disso, ele reclama da extinção da função do Professor Coordenador de Área (PCA). “Na Escola César Cals, os PCA´s têm um papel fundamental no acompanhamento do projeto pedagógico. Esses cortes vão impactar diretamente nos índices de desempenho da unidade e na qualidade do ensino que ofertamos”, disse Eliseu.
O professor Marcos Bezerra, diretor da Escola Jenny Gomes, também em Fortaleza, disse que a retirada dos professores dos laboratórios de Ciências e Informática inviabilizam o funcionamento adequado desses espaços. “Nós lutamos muito para conseguir estes ambientes de apoio educacional. A qualidade do serviço prestado depende do uso e aproveitamento desses espaços. Esta portaria é um retrocesso”, afirmou Marcos.
Os diretores também criticaram a maneira como esse processo foi conduzido já que não houve nenhuma consulta aos gestores das escolas. Além disso, eles reclamaram que o documento foi publicado em pleno recesso das festas de fim de ano, “ao apagar das luzes”, como afirmou 
Eliseu Paiva. “Se fosse um processo democrático, em que os diretores pudessem apresentar a realidade de cada escola, com certeza teríamos construído uma lotação sem tantos atropelos e traumas para a categoria e para os alunos”, concluiu Marcos Bezerra.
O Sindicato APEOC reafirma o compromisso de garantir a qualidade do ensino e as condições de trabalho dos professores e servidores da Educação. Em relação à portaria de lotação, já foi protocolado um ofício exigindo a suspensão da aplicação do processo até que seja aberto um canal de negociação e alguns pontos sejam revistos. A direção do Sindicato tem uma audiência com o secretário de Educação do Estado, Maurício Holanda, nesta terça-feira (05) para apresentar a posição da categoria e abrir um canal de negociação em relação à portaria. Além desse ponto, também serão discutidos o não pagamento da Revisão Geral dos Servidores, o atraso na liberação dos processos de ascensão funcional e estabilidade, a convocação dos concursados e o calendário de pagamento das progressões horizontais.
